Disrupção: O segredo dos negócios impactantes
O termo “disrupção” é um termo técnico que originalmente foi usado para descrever negócios inovadores que oferecem produtos acessíveis para as pessoas, produtos disruptivos estão sempre presentes em nosso dia a dia, começando pelo seu computador pessoal, celular e etc…
As empresas disruptivas buscam criar um novo mercado de consumo, que desestabilize as empresas que antes eram líderes no setor. Mas nem toda tecnologia nova é uma disrupção, para ser considerada disruptiva ela deve de alguma forma remodelar o mercado já existente.
Para que a disrupção ocorra ela deve desafiar o status quo das empresas que dominam o mercado atualmente e de certa forma afetar os modelos de negócios existentes, praticamente todas as tecnologias que nos cercam um dia foram tecnologias disruptivas.
Veja por exemplo os celulares, estes foram uma tecnologia originalmente criada para substituir os telefones, a ideia era ter um telefone menor e móvel que as pessoas pudessem levar consigo.
Ninguém imaginaria que atualmente os celulares dariam origem aos chamados smartphones que são super disruptivos e que hoje competem com os computadores, câmeras fotográficas, mp3 players e várias outras tecnologias.
O conceito de disrupção tem sido modificado ao longo do tempo e hoje em dia tem sido usado como sinônimo de qualquer tecnologia nova que apareça para ameaçar um modelo antigo de mercado, mas disrupção vai muito além disso.
Disruptivo e inovador ou nem tanto
Para que uma empresa seja considerada realmente disruptiva ela deverá seguir alguns critérios básicos como remodelar o mercado utilizando um modelo inovador e de menor custo que o modelo já vigente no mercado.
Um exemplo disso é o que foi seguido pela Netflix que remodelou o mercado de consumo de entretenimento utilizando um negócio de baixo custo e ignorado pelas grandes empresas estabelecidas como a Blockbuster. O modelo de streaming acabou remodelando o mercado e substituindo as antigas locadoras de vídeo.
Se você tem menos de 30 anos provavelmente nunca ouviu falar da Blockbuster ou se quer já viu uma fita de vídeo cassete na vida, mas com certeza já ouviu falar da Netflix. Para quem não conheceu a Blockbuster era uma enorme rede de lojas de locação de filmes.
Enquanto a Blockbuster estava voltada para um mercado enorme de vídeo locadoras, a Netflix surgiu com um modelo totalmente inovador, que mudou a maneira como as pessoas consomem entretenimento.
Isto é um exemplo de um mercado que foi remodelado pela inovação tecnológica assim como muitos outros que estão surgindo ou que ainda estão para surgir futuramente.
O ciclo da disrupção
Todos desejam liderar uma nova disrupção, mas poucos têm a capacidade para remodelar o mercado ou criar um novo mercado de fato. Aplicativos como Uber e AirBnb têm sido apontados como exemplos mercadológicos de disrupção, mas será que eles realmente são disruptivos?
Se estas empresas realmente foram disruptivas só iremos saber futuramente analisando como o mercado vai se remodelar, mas no momento a disrupção ainda não foi completa, pois a disrupção de fato acontece quando as grandes empresas são superadas por um modelo mais simples e lucrativo criado por uma empresa menor.
Uma disrupção acontece quando as grandes empresas estão mais focadas em agradar uma parcela dos seus clientes mais lucrativos e negligenciam as necessidades dos outros segmentos de clientes menores e menos lucrativos.
É neste momento que aparece uma empresa menor e disruptiva para captar estes clientes negligenciados pelas grandes empresas, atendendo as necessidades negligenciadas pelas grandes empresas.
Então uma pequena empresa disruptiva aparece com um serviço ou produto alternativo com preços e condições muito mais acessíveis e favoráveis para estes clientes negligenciados.
Observe que a disrupção funciona como um ciclo, as empresas menores buscam um modelo mais disruptivo para ingressarem no mercado e se tornar competitivas e uma vez que o fazem se tornam grandes empresas reativas contra novas disrupções.
Em qual momento a disrupção tecnológica de fato acontece?
Quando a nova empresa disruptiva que já conquistou os clientes negligenciados das grandes empresas começam também a conquistar também os clientes mais lucrativos atraídos por um modelo mais vantajoso e inovador a disrupção começa a acontecer.
Para ser disruptivo não basta apenas estar fazendo algo tecnológico e inovador, é preciso de certa forma remodelar um mercado já existente, por isso que a disrupção verdadeira não está na tecnologia nem na inovação pura e simplesmente, o fator determinante da disrupção é a satisfação do cliente.
Se você deseja ser disruptivo e inovador na sua área de atuação deve primeiramente focar em agradar uma parcela de clientes que já estão descontentes com os serviços já existentes. Porém é impossível traçar uma fórmula mágica para causar disrupções, se houvesse todos gostariam de comprar, mas é algo que depende do mercado.
Disrupções podem ser boas ou ruins
Nem sempre disrupções são boas e geralmente são mal vistas pelo mercado. Em 1999 os adolescentes Shawn Fanning e Sean Parker mudaram a forma do mundo ouvir música com o Napster.
O Napster foi criado em uma época em que praticamente toda a indústria fonográfica sobrevivia de uma única coisa, a venda de discos. O napster era uma plataforma de músicas em formato mp3, que transformou a maneira como as pessoas consomem músicas em albuns para singles sob demanda em formato mp3.
Porém a indústria fonográfica não ficou nada feliz com isso e o Napster acabou sendo processado por várias companhias, que o acusaram de promover a pirataria e quebra de direitos autorais.
Querendo ou não o napster causou uma enorme disrupção que obrigou a indústria fonográfica a se adaptar a uma nova realidade. O fato é que quem causa uma disrupção tecnológica muitas vezes arruma briga com os grandes e poderosos.
As empresas disruptivas são como aquela criança encrenqueira que sempre vai parar na sala do diretor, elas procuram brigas que nem sempre podem vencer.
Conclusão
Ser disruptivo é sinônimo de ser contra o sistema e o status quo, nem todos estão preparados para isso pois muitas vezes isto significa arrumar confusão com os gigantes da indústria.
O sistema é feito para que as empresas queiram se tornar um deles e não ir contra eles.
A grande indústria se concentra na chamada inovação incremental, que não cria um novo mercado, ou seja, elas se concentram apenas em ampliar a margem de lucro, geralmente a curto prazo e com isso começam a complicar e cobrar por coisas desnecessárias que ninguém deseja pagar.
Já as pequenas empresas disruptivas se concentram na inovação radical para atrair os seus clientes, que querem apenas uma alternativa simples de baixo custo ao serviço oferecido pelo mercado atual.
Disrupções não ocorrem da noite para o dia, mas ao contrário, o disruptor aprimora o seu produto e avança no mercado pouco a pouco sem ser percebido pelas grandes empresas com uma proposta mais simples e de baixo custo para captar clientes descontentes com os serviços das grandes empresas.